Parte I
Na última sexta, quando saí como meu colega de piso, conheci uma "conhecida" dele. Uma iraniana. Ela arranha um inglês muito ruim, longe da pronúncia britânica ou estadunidense que aprendemos no Brasil.
O Andrea estava conversando com ela em espanhol e me pediu para auxiliá-lo no inglês. De repente, me vi na situação não só de intérprete como também de cupido! O que me ocasionou duas coisas.
A primeira, foi que levei, como mediador, o fora da iraniana no Andrea. Ela dizia que não queria saber dos italianos. Que queria um "boyfriend" espanhol...
A segunda foi que ela me brindou com o seguinte comentário: que não confiava nos italianos e "tampouco" nos sul-americanos...
Ah, mas pra quê que ela foi falar isso...
Eu, já com umas cervejas e gastando todo o meu "inglês alcoólico", saí do papel de mediador e fui logo dizendo: Se você está num país e não pretende confiar nas pessoas que você mesmo procura (foi ela que foi atrás do Andrea), o que está fazendo aqui? Creio que você não está preparada para viver essa situação... (Falei isso porque ela falou mal também de uns catalães que ela foi puxar conversa, dizendo para eles que "everything is crazy").
Pois bem, a tal iraniana ficou uma fera comigo! Começou meio a gritar, me xingar. Eu disse que não queria brigar e parei.
Ela então chamou o Andrea para levá-la até a porta do bar e se foi.
Quando o Andrea voltou, disse que ela era meio louca, uma pessoa estranha, que estava na Espanha há sete meses e quase não falava espanhol... E que a conheceu porque ela divide o apartamento com um colega dele.
Enfim, toquei no "ponto fraco" (de estar preparada) e me dei mal...
(no Brasil, para ficar mais ou menos claro, a Iraniana faz o estilo "gata perdida na noite, que de gata não tem nada"...)
Parte II
Após o episódio, voltando pra casa, coincidentemente, eu e o Andrea encontramos na rua o amigo dele que mora com a iraniana. O Andrea relatou o encontro, eles riram entre si, falaram mal da "coitada" etc... Aí o Andrea me apresentou pro espanhol e ele disse que a única coisa que sabia sobre o Brasil era sobre um tal de "Cabral". Aí eu, bem legal, respondi: é, ele é amigo do Colón! Fui me afastando e deixando os dois conversarem mais um pouco.
Foi quando ouvi o Andrea dizendo que com a "irani", só pagando. Pois ela era "tercer mundo"...
Parte III
Conclusões geopolíticas de bêbado no dia seguinte (ou dois dias depois):
1) o terceiro mundo continua desunido.
2) o primeiro mundo continua chamando o terceiro de terceiro. há uma certa união...
3) o primeiro mundo acha que o terceiro é bobo.
4) o terceiro mundo acha que o primeiro, também, é bobo.
5) o habitante do terceiro aprende que, sem generalizar, o primeiro e o terceiro mundo têm muitas facetas (que você vai conhecendo aos poucos).
6) o habitante do terceiro mundo aprende um pouco mais o que é viver no "primeiro" mundo.
Parte IV
Continua...
2 comentários:
Sensacional.....me diverti muito lendo essa experiência multinacional.
Só uma coisinha que eu não vou resistir....geograficamente falando, primeiro mundo e terceiro mundo já não se usam mais desde a queda socialsita soviética.
Agora....
Países desenvolvidos
Países em desenvolvimento, os chamados emergentes e
Países subdesenvolvidos
Isso é muito importante...subimos de posto,não somos de terceiro mundo nem mesmo subdesenvolvidos, pelo menos na geografia.
O problema que as raízes culturais dos ditos de primeiro mundo não vão querer saber disso.
vou dar uma aula pro Andrea... hehehe
Postar um comentário