outubro 17, 2009

becas y madres

Na semana que se passou, fui à Universidade quinta e sexta-feira.
Na quinta-feira, tive minha primeira aula de Jornalismo Especializado (estou de ouvinte, quase penetra, numa "asignatura" da graduação em Periodismo), assisti a uma palestra sobre um escritor espanhol oitocenista e as relações entre jornalismo e literatura na Espanha, e à tarde participei de uma reunião de pesquisa no grupo de investigação da minha orientadora. Tudo novidade.
Na sexta-feira, voltei ao campus para assistir um "Tribunal de Doctorado" (uma banca de doutorado). Era um trabalho que foi desenvolvido sob co-tutela entre a PUC de São Paulo e a minha Universidade aqui na Espanha, a Rey Juan Carlos. O doutorando, um português chamado Bruno, que eu conheci logo nos primeiros dias que cheguei, recebeu o título de doutor pelas duas universidades.
Aqui na Espanha, o orientador não participa da banca. Fica sentado na platéia. Há na banca um "Presidente", que é também um professor arguidor, geralmente o mais "bam-bam-bam" entre os presentes. São seis professores e todos perguntam na sequencia, cabendo ao candidato "defender-se" no final de todas as perguntas. Ontem havia dois professores da PUC. Foi legal.
Ah, além disso, uma coisa interessante (ou não). Aqui na Espanha, encerrada a arguição, qualquer professor-doutor presente na platéia pode fazer um breve comentário sobre o trabalho. 
O mais curioso, entretanto, foi a minha participação inesperada na defesa. Um dos docentes que estaria na banca não foi e a ata em português, a da PUC-SP, teria de ser redigitada. O orientador ficou meio tenso, houve um clima de "e agora o que fazemos?", até que lembraram-se de mim e... Adivinhem a quem coube a tarefa de redigitar a ata de defesa em "língua materna"?... Ao bolsista brasileiro que estava lá "dando sopa"...
Digitei tudo, "bonzinho que sou" (realmente não me molestou fazê-lo), ganhei agradecimentos ao estilo "salvou a pátria" e a mãe do doutorando, uma doninha portuguesa simpática, me lascou um beijo na bochecha e me deu um abraço... Diz ela que não sabia como me agradecer... queria me convidar para o almoço em família, para ir a Portugal etc... Eu agradeci, saí de fininho e pensei em uma frase clichê, como as muitas que me perseguem: "estaria eu ontem no 'lugar certo' e na 'hora certa'?"...
Enfim, mãe e "bolsista faz-tudo" são "espécies", eu diria, quase universais. Tudo igual...

2 comentários:

Marcia disse...

tudo igual, só muda o endereço. :P

Lígia disse...

Hehe... adorei a história! só faltou falar mais sobre o que era a tese! fiquei curiosa.