novembro 21, 2009

entendimento

Hoje teve festa lá no Brasil. Aniversário de 90 anos da minha avó. Família toda reunida. Pensei o dia inteiro nas pessoas, nos tios, tias, primos, primas, pai, mãe, irmã. Na "parentada". Eu aqui, refletindo mal sobre os meus ainda não 30 e ela lá, com três vezes mais que eu. E "sem pensar". Faz bem. Vivida, alegre, saudável, bem-humorada, disposta. Vovó Zezé.
Quero chegar às minhas nove décadas. E chegar assim. Rodeado de gente. Sendo, eu mesmo, motivo de encontros, de partilha, de comemoração. Quero chegar lá com a lucidez e com os olhos da minha avó. Que, além de enxergarem muito bem, sempre olharam o mundo com simplicidade e pureza. Foco em lentes de felicidade e sabedoria comum.
O meu presente foi um texto. Que enviei para ser impresso lá. Antes, fiquei em dúvida sobre o que escrever. Minha mãe me dizendo ao telefone: "lembre-se da sua leitora. Não escreva palavras difíceis". "Sim, eu sei", concordava. Mas quando sentei para redigir, as palavras vieram. Com linguagem de sinceridade. Os melhores dizeres. No fim, em vez de parabéns, eu disse "obrigado".
Toda vez que conversamos ao telefone, mesmo que poucas vezes, minha vó diz que "me entregou pra 'Nossa Senhora'". E eu nunca esqueço. Pois mais que fé, isso é amor.
Na última frase da carta pra ela, eu escrevi: "uma das belezas da sua idade, para mim, está no 'bonito que é' ser seu neto". 
Acho que ela entendeu. Nossa rápida conversa hoje cedo foi também bem bonita.

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Um comentário:

Graziela disse...

Eu tenho a sorte de ter os pais da minha mãe por perto ainda (não tanto quando eu gostaria). Meu avô com 9.3 e minha avó com 8.6. Eles são figuras fundamentais na minha vida, aprendo tanto com eles, e recebo tanto amor...
Parabéns pra sua vovó. O reencontro de vcs certamente será maravilhoso.

Bjo.