Fazia dias eu sentia: estava sendo seguido. Pelas ruas, até entrar em casa. Pela internet, na biblioteca. Eu, vez em quando, apressava o passo. Sem perceber. Fugia? Olhava pra trás e não via nada. Não via ninguém. Cadê? Num vejo. Num consigo descobrir. Será? Tava ficando doido mesmo. Pensando demais. Mas pensamento invertido. Focado. Só que involuntário. Uai, mas então tava certo... Por quê a vigilância? Ah, já sei. Monitoramento. É, pode ser. Será?
Na dúvida, resolvi ser estratégico. Fiz o roteiro de sempre, sabendo que o acompanhamento viria. Companhia. Incômoda? A ver. Entrei no campus. Corredor, bebedouro, banheiro do primeiro andar. Fechei a porta. Não teve jeito. Sem escapatória. Cerrado. Vi pelo espelho. Reconheci. Não era perseguição. Era reencontro. Fred com Fred. Corri pro alto de mim mesmo, respirei fundo e gritei: "Tese à vista!"
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