Eu confesso que quando este blog surgiu na minha vida eu estava no meio de um turbilhão. Tinha um fim prático, é verdade. Mas desde o ínicio, já pelo título, seria mais que apenas descrição do meu cotidiano. Aos poucos, foi ganhando ares de reflexão pessoal, algumas até com fundamento.
O blog pecou, por isso, em muitos momentos. Posts e mais posts que "exageraram na dose". De muitos deles, já há alguns meses, venho me desfazendo. Já não se encontram mais aqui. Mais de 50, acho. Não é pouco.
Alguns se foram pelo conteúdo, outros pela maneira como esse conteúdo estava dito. "Escrever por intenso" tem dessas coisas. Dessas, de andar no limiar. Não apenas pela exposição, mas pelo namoro (casamento?), às vezes flerte, com um pedantismo que caminha lado a lado com o perigo que as palavras oferecem. Inclusive no saber (ou não) usá-las.
Alguns se foram pelo conteúdo, outros pela maneira como esse conteúdo estava dito. "Escrever por intenso" tem dessas coisas. Dessas, de andar no limiar. Não apenas pela exposição, mas pelo namoro (casamento?), às vezes flerte, com um pedantismo que caminha lado a lado com o perigo que as palavras oferecem. Inclusive no saber (ou não) usá-las.
Em algumas ocasiões, quase escrevi por obrigação. Vontade misturada de dizer a alguém ou a mim mesmo, dizer além. Excesso não muito bom. Sei lá...
Dizer é perigoso e corajoso. É um ato. Incômodo. E necessário. Bastante.
Foi o que (re)descobri nesse um ano de "intensidade", completada hoje.
Quando criei o blog, eu estava de viagem marcada para uma temporada na Espanha. Este espaço anunciava-se, para muita gente, como uma ponte com o Brasil. E assim foi, em vários apontamentos. "Recuerdos" que estão ali do lado. E que me aproximaram, sim, de gente que eu conhecia e que eu nunca tinha visto. Foi uma ótima companhia. Tem sido.
A experiência "blogueira" me fez escrever diferente. Exigiu-me, por diversas vezes, uma regularidade e uma brevidade. Foi interessante. Continua sendo. Possibilitou-me mergulhar num "universo" novo. Permitiu-me conhecer outros blogs, textos, escritos. Outros e de outros. Viver um pouco mais essa tal de internet.
Pelo blog busquei músicas, videos. Compartilhei achados meus misturados a sensações minhas.
O blog me fez bem. Estranho dizer isso. Mas foi e tornou-se exercício inesperado de coletar alguns fragmentos de mim. Trouxe surpresas. Mesmo que por impressões ligeiras, desastradas, ou acertadas (talvez). Trouxe bons comentários.
Engraçado que outro dia, lendo o título (lá no cabeçalho da página), pensei: "escrever por ex-tenso". Sumiu o "ex" e entrou o "in". "Ex", de não mais. Ato falho? Não sei. Vou perguntar para quem me presenteou com a marca...
Uma vez cheguei a questionar se alguém me lia aqui. Sei que sim. Sei que gente continua lendo. Mas blog tem dessas coisas. "Ele", como qualquer escrita, pode começar e acabar - de certa forma - naquele mesmo que escreve. Afinal, somos sempre nossos primeiros leitores.
Uma vez cheguei a questionar se alguém me lia aqui. Sei que sim. Sei que gente continua lendo. Mas blog tem dessas coisas. "Ele", como qualquer escrita, pode começar e acabar - de certa forma - naquele mesmo que escreve. Afinal, somos sempre nossos primeiros leitores.
Mas para mim e para os que me lêem, digo que continuarei por aqui. Mais um ano, quem sabe. Dois. Não importa. Em breve pode tudo mudar. Não sei. Por enquanto, nos riscos desequilibrados da intensidade, seguirei. Por extenso, seguindo a regra própria que eu criei. Seja lá o que isso for.
2 comentários:
Camarada, escrever é mesmo um desatino. Mas não se desfaça de seus escritos, mesmo os mais disparatados... No máximo, deixe-os descansando num canto empoeirado, para maturar. Seus leitores (eu inclusa) agradecem a gentileza. E parabéns pelo aniversário. :)
rapaz, como é que vc me apaga escritos seus? mto bacana sua reflexão aqui.
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