março 14, 2011

brincadeira de inesperar

Tinha aquela brincadeira na infância. Um tal de "pique-esconde". Ou seria "pic-esconde"? "Esconde-esconde" também valia. Contar de olhos fechados ou tampados com as mãos. Às vezes, disfarçando o velamento da visão não velada. Trapaça boa, porque inocente.

Depois, tinha o buscar, misturado com o encontrar e o correr. Delatar com esperteza o achado. Ou então, permanecer na investigação. Anseio de poder esconder-se novamente, junto com a satisfação do descobrir. Vez em quando, vinha um mais esperto salvar os já sem esconderijo. "Um, dois, três salve Todos". Hora de recomeçar. Reinício do objetivo principal: brincar.

Brincadeira só é boa porque desde crianças aprendemos que ela pode nos trazer a surpresa mais boa [sic] de todas. A da constante novidade. E o que é novo, só o é, porque oscila. Intermitências entre o que se esconde e o que aparece. Irromper para instaurar a dinâmica. No jogo qualquer. Em qualquer jogo. Como no "pique".

Agora adulto, andei brincando de procurar felicidade. Mas parece que foi ela quem resolveu me achar. Reencontro ao contrário. "Um, dois, três salve Eu". Como pegador, acabei sendo pego. E que bom é poder esperar pela novidade dessa forma. Já, inesperademente, acompanhado da mesma.

3 comentários:

Adriana Santana disse...

Eita! Que texto massa, Fred. ;)

Fred Tavares disse...

obrigado, fiel leitora... ;-0

crisvisouza disse...

Gosto muito da sua escrita....bacana poder te ver nas palavras. Uma sensibilidade que encanta....

Meu comentário é atrasado qto a data, mas não qto ao momento. Não tem problema, né? Hoje tive vontade de te visitar aqui Amigo.