agosto 24, 2011

da falta que faz...

Eu já havia me desacostumado com a distância. Não por não senti-la, mas por achar que com a experiência a gente doma ela cada vez melhor.
Só que tempo e espaço possuem incongruências que significam pormenores. Detalhes que não há tecnologia ou meio de transporte que compreenda. Nem o Outro.
Em se tratando de natureza humana, complexa, o inesperado e bem guardado, que vem de dentro, não é nem coerente, nem compreensível.
Por isso é que gosto do cotidiano. Porque ele cria no terreno da rotina o cenário propício para o que escapa a ela. Seja por sensibilidade própria, seja por extravaso estranho e necessário, o gigante adormecido, que escapa a qualquer explicação de causa e efeito, desperta.
Em contexto de mudança repentina, o trivial bate à porta também pela dimensão da ausência. É por isso que sentimos falta do laço, do contato com o que(m) está lá, mas que pelo cotidiano mesmo, dele(a), não se manifesta. Compreende-se(?).
Tem coisas e pessoas que fazem muita falta. O entendimento sobre o novo também. Ambos. Se há algo que não possui sentido, não há presença que lhe baste.

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