julho 18, 2013

o Outro

“A ética da cura em psicanálise refere-se ao encontro do analisando com duas evidências, em torno das quais,tentando negá-las, ele construiu a estrutura de sua neurose: a evidência de que o Outro, esse Outro a quem ele tanto almejou servir, de quem ele quis se fazer objeto de gozo – ser o falo na falta de poder ser –, esse Outro é uma abstração, um fato de linguagem, um lugar vazio de significação e de intenção. Esse Outro não quer nada dele, não tem projetos para sua vida, não planejou seu destino; esta é a condição do desamparo humano (...). Esta é a segunda evidência com que o sujeito se depara no final de uma análise: a evidência do inconsciente como responsabilidade sua, lugar de registro daquilo que de sua própria história escapou ao domínio da consciência” 
 
(Maria Rita Kehl. In: Sobre ética e psicanálise).

Nenhum comentário: