setembro 20, 2014

Dois

O que eram? Não sabiam. Pois o deles não tinha nome. Não era isso ou aquilo. Eram muitas coisas. Porque sempre eram dois. Duplos e dupla. E davam de multiplicar. Às vezes ao quadrado. Às vezes em dobro. Multiplicavam. Sensações, vibrações, permissões. Tanta coisa. Um tanto. Igual no inglês. Much. Uncontable things. Um tantão. Muito mesmo. Uma equação ascendente. Repleta de imagens do possível. Possíveis de serem vistas, lembradas e compreendidas. A quem as cabe. Pois elas cabem, sim. Em dois. E suas operações. Imagens mentais e fotográficas. Significado do quem vê. Além. Registros do fazer "bom o tempo". Não eram dois. São. E o tempo bom não é o que virá. É o que já é. Já está. E se já, ficará. Pois o que não se repete é, também, o que se perpetua. Com o tempo, o que foi escrito pela luz e pela lente ficará ainda mais evidente: privilégio.

Nenhum comentário: