novembro 08, 2009

09 de novembro de 2009

Hoje eu quis buscar um texto que falasse por mim. Como os muitos que tenho buscado e a partir dos quais tento alimentar este blog. Para falar das minhas experiências no exterior desde um ponto de vista interior. Para não apenas contar o que ando vendo e vivenciando. Mas também – e principalmente – o que ando sentindo. Experienciando...
Passados três meses aqui na Espanha (completados neste dia nove de novembro), posso elaborar as mais diversas formas para descrever este período-de-eu-comigo-aqui. Creio que seriam muitos os textos. E muitos os endereçamentos.
Haveria textos para pessoas específicas. Com frases específicas. Com um contar acompanhado de um “como contar”. Para muitas diria de um jeito, para outras, de outro. Para uma, de uma só maneira. Para duas, três, também o faria de forma distinta.
Entretanto, em resumo, o que posso dizer a todos é que estou bem. Posso gritar (talvez) que tudo está valendo a pena. Que há muita coisa do aqui que há no lá (longe), que a cada dia aprendo a separar. Posso dizer que o tempo aqui é regressivo e não posso perdê-lo. Posso falar que o que cabe a este lugar deve ser entendido a partir dele. Posso dizer que é isso o que tento todos os dias fazer.
Sei que dizer essas coisas pode parecer um esboço de vontade de tornar “difícil” o “fácil” que é ter um privilégio. Alguns pensariam... Eu penso... Também.
E por pensar (demais), me pego a crer que pareço, na verdade, querer incrementar essas loucuras que a gente provoca na gente. Mesmo descobrindo, concomitantemente, que são as loucuras que nos provocam, do nada.
Estar distante e optar pelo escrever é escolher um quem que expõe, por quandos e ondes, aquilo que o compõe e que também o aguarda, sempre, para alguns porquês.
Este hoje de hoje, por isso, no juntar das coisas, é o presente mais transitório de todos os que já vivi. E, por isso mesmo, intenso. E, por isso mesmo, marcante. E, por isso mesmo, pra sempre.
Nestes noves de dois mil e nove, ao alcançar o terceiro, já sei que estou pronto para o quarto. Há muito a acontecer até lá. E espero alcançar, desde mim, este muito. Pois muito sou se só – e somente só – eu quiser.
Hoje eu quis buscar um texto que falasse por mim. Achei o meu.

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