Hoje eu quis buscar um texto que falasse por mim. Como os
muitos que tenho buscado e a partir dos quais tento alimentar este blog. Para
falar das minhas experiências no exterior desde um ponto de vista interior.
Para não apenas contar o que ando vendo e vivenciando. Mas também – e
principalmente – o que ando sentindo. Experienciando...
Passados três meses aqui
na Espanha (completados neste dia nove de novembro), posso elaborar as mais
diversas formas para descrever este período-de-eu-comigo-aqui. Creio que seriam
muitos os textos. E muitos os endereçamentos.
Haveria textos para
pessoas específicas. Com frases específicas. Com um contar acompanhado de um
“como contar”. Para muitas diria de um jeito, para outras, de outro. Para uma,
de uma só maneira. Para duas, três, também o faria de forma distinta.
Entretanto, em resumo, o
que posso dizer a todos é que estou bem. Posso gritar (talvez) que tudo está
valendo a pena. Que há muita coisa do aqui que há no lá (longe), que a cada dia
aprendo a separar. Posso dizer que o tempo aqui é regressivo e não posso
perdê-lo. Posso falar que o que cabe a este lugar deve ser entendido a partir
dele. Posso dizer que é isso o que tento todos os dias fazer.
Sei que dizer essas coisas
pode parecer um esboço de vontade de tornar “difícil” o “fácil” que é ter um
privilégio. Alguns pensariam... Eu penso... Também.
E por pensar (demais), me
pego a crer que pareço, na verdade, querer incrementar essas loucuras que a
gente provoca na gente. Mesmo descobrindo, concomitantemente, que são as
loucuras que nos provocam, do nada.
Estar distante e optar
pelo escrever é escolher um quem que expõe, por quandos e ondes, aquilo que o
compõe e que também o aguarda, sempre, para alguns porquês.
Este hoje de hoje, por
isso, no juntar das coisas, é o presente mais transitório de todos os que já
vivi. E, por isso mesmo, intenso. E, por isso mesmo, marcante. E, por isso
mesmo, pra sempre.
Nestes noves de dois mil e
nove, ao alcançar o terceiro, já sei que estou pronto para o quarto. Há muito a
acontecer até lá. E espero alcançar, desde mim, este muito. Pois muito sou se
só – e somente só – eu quiser.
Hoje eu quis buscar um texto que falasse por
mim. Achei o meu.
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