Lembro-me como se fosse hoje do primeiro evento científico que fui fora dos domínios da UFMG, quando ainda estava na graduação. Fomos em um ônibus da universidade (caindo aos pedaços) para São João da Barra, no litoral fluminense, para o SIPEC 2002. Eu fui apresentar um trabalho da minha iniciação científica. Foi uma viagem ótima. Não tanto pelo propósito em si, mas porque marcou muita coisa naquela época. Na volta, chegando em BH, eu disse pro Márcio Simeone e pro Paulo Bernardo (dois professores que foram com a gente, o segundo, meu orientador) que eu "não imaginava que ia tão longe com aquela pesquisa". E o Márcio retrucou algo mais ou menos assim: "você não imagina quão longe ainda vai".
Na volta do Congresso nas Canárias isso veio à minha cabeça, no avião. Eu realmente fui longe. Minha pesquisa, realmente, me levou a outros "sítios". Inimagináveis para mim. Um lugar daqueles que mais que querer mostrar às pessoas, eu tive vontade de levá-las. Obrigá-las a ir...
Voltei dessa viagem com um sentimento de muitos pontos encaixados, muitos balanços traçados. Para o ano de 2009, de 2010, para as coisas que me trouxeram aqui, para tudo que daqui, também, tenho que levar. Há muito o que se fazer. Ainda. Mas já é possível olhar pra trás.
A experiência do sanduíche de doutorado te oferece roteiros prontos e outros inesperados. E, antes de cumprí-los, há que se inteirar deles.
Conhecer a fundo o país onde você está pode ser um destes roteiros. Não o fiz ainda, devo dizer. Todavía, decobri um pouco mais a importância disso. Quando a gente chega ou quando a gente está para vir, muito se escuta sobre o tamanho reduzido da Europa, a possibilidade de se conhecer muitos países em pouco tempo. Mas a verdade é que, além de não estar aqui para fazer turismo (não que também eu não o faça), além de tudo ter um custo (em euros!), não sei se um dia serei de novo "morador" da Espanha. O que me faz ter ainda mais "ganas" de querer mergulhar no que este país tem a me oferecer. Aproveitar a língua, os hábitos, as coisas que no dia-a-dia vão me povoando. Lema para o pouco tempo que resta, quando e como der.
A gente também escuta muito, antes de vir pra cá, que devemos saber transformar essa oportunidade no exterior não apenas em algo acadêmico.. Realizar uma opção. Tempo de você mesmo para você. E isso, mesmo oferecendo (em alguns momentos) obstáculos e limites, é algo que vale - e muito - a pena. Não me arrependo.
Um comentário:
Depois, com tempo, quero olhar bem direitinho tuas fotos da Canárias. É pena que eu não pude ir até lá, aliás, se pudesse, queria ter conhecido cada pedaço da Espanha, mas, fica pra próxima.
Um começo de ano muito feliz.
Bjo
Postar um comentário