agosto 30, 2010
puzzle
Tomar um quebra-cabeça como metáfora para a vida não é coisa nova. Pelo contrário. Vivemos de fragmentos que se juntam, que se encaixam; e que por erro e acerto formam alguma coisa para nós. Seja um sentido, um problema, uma imagem, uma resolução, uma história.
Há aquela peça perdida que aparece do nada e costura uma linha de outras. Há aquela que ocupa um lugar indevido e por lá permance, tempos. Há aquela que pela figura traz um caminho; e outra que, pelo formato, indica uma sequência. Está pronta para receber e acoplar de todos os lados. Ou preparada para limitar, indicando o desfecho pelo início.
Não é à toa que começamos um quebra-cabeça pelas bordas. Não se sabe o tamanho real da "coisa pronta", mas sabe-se que ela possui fronteiras. E à medida que de fora para dentro você alcança os contornos, fica posto o espaço por onde "quebrar-a-cabeça" é mais difícil.
É aí que gosto da metáfora. Não pelo "montar em si", mas pelo avançar sobre a regra básica. A lógica das bordas existe como ferramenta, atalho para a montagem. Mas concluir a mesma no interior é complicado, demorado; é coisa séria.
Hoje levei um puxão-de-orelhas duplo. Meu e de quem me chama, vez em quando, para a minha responsabilidade. Só minha e de mais ninguém. Depois do almoço, já em casa, achei lugar para uma peça estranha do meu quebra-cabeça, de extremidade pontiaguda. Fui entender que seu encaixe era muito mais pelo atrito do que pela forma. Quebra-cabeça em relevo. Também.
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3 comentários:
Caramba...
ótimo, fred.
e, no meu caso, ando perdendo algumas peças...
quebra-cabeça com muitas peças, é isso. abraços!
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