Hoje chegou uma foto lá da Espanha. Uma. Veio como meio-presente, "regalo" de uma vontade de encontro-surpresa pelo ver. E foi mais que isso. Tornou-se mais.
As tecnologias, é verdade, encurtaram tempos e espaços. Numa visão historicista que ruma ao "progresso", é "mais fácil hoje" estar conectado ao mundo e às pessoas.
Mas na lógica subjetiva, que atravessa essa proximidade distante, hoje fiquei estático, sem palavras. Embasbacado pelo que enxerguei nos bits que atravessaram o oceano. No que eles proporcionaram, e que está, entretanto, para além deles.
Estacionei durante muitos minutos meu olhar sobre aquele sorriso e aquela quase-pose que atravessou minha visão. A luz era singular, o brilho dos olhos. O cabelo, a pele. O rosto e sua expressão. Tudo emanava uma diferença.
Seis meses de ausência física completados ontem pareceram transpostos num espaço fotográfico e numa temporalidade outros. Ofereceram, naquela imagem, só para mim, uma leitura particular. Só para nós.
Retribui, escrevendo e dizendo a minha impressão. Relatei minha sensação surpeendida.
Na linguagem fotográfica, retrato é a foto de alguém. Hoje, no email que recebi, veio em anexo um arquivo de sentimento.
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