julho 18, 2012

no fundo

No fundo, a gente sabe o quer. Bem lá dentro, sabemos perguntar sobre as dúvidas já pelas respostas. Certezas que se escondem e que se mantêm cativas. Afinal, o tempo da revelação pode ser o mesmo do silêncio, da não escuta, do arrependimento.

Arrepender-se de fingir que o que está certo permaneça errado. Ou preferir, mesmo, ignorá-lo. Carregar o olhar cego e o ouvido mudo para que o que não tem voz nem cor continue como se não o fosse. Como se não estivesse. Munido de profundidade. Para que nada traga a frustração da consciência pela opção sobre o que não é escolha.

No fundo, lá no fundo, mora a felicidade. Que briga com barreiras tolas, que se pretendem intransponíveis. E que, curiosamente, sabe jorrar tal qual uma fortuna. Óleo de identidade.

Ser feliz é escavar o poço de si mesmo. Nem que pra isso seja necessário conhecer o seu limite. Que, não sendo fim, é fonte. Pois é começo de sempre e de quando. Querer.

2 comentários:

Adriana Santana disse...

a gente sempre sabe. na maioria das vezes, dói saber. mas que a gente sabe, ah, isso sempre. bjs

Crespo disse...

No momento, só consigo ler (e bater palmas com a mente) até a não-escolha. Pra mim, tá cada dia mais difícil de acreditar numa coisa tão cristalina e pronta como a felicidade.